Todos já devem ter ouvido falar sobre este treino para quem quer emagrecer, mas sabe do que se trata ou quais são os benefícios para a saúde? A gente responde! “O treino funcional é um treinamento físico que tem sua fundamentação nos movimentos do dia a dia”, explica Ricardo Nahas, médico do esporte e coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte de Hospital 9 de Julho (SP). Ele fala que sua prática envolve movimentos de corridas curtas com agachamento, rolamento, flexões de braço em apoios instáveis, entre tantos outros. Diferentemente dos treinos clássicos que desenvolvem isoladamente cada característica, essa prática toma como base movimentos habituais do treino, trabalhando as qualidades físicas básicas: equilíbrio, coordenação, força, flexibilidade, resistência e velocidade de forma conjunta.

Vai ter que se esforçar …

O médico Nahas conta que ele é indicado a todas as pessoas saudáveis que já tenham o hábito de praticar exercícios físicos, ou seja, tenham o corpo preparado para a combinação de movimentos. Isso porque a série de exercícios exige o equilíbrio e a coordenação que um iniciante pode ainda não ter. Se você aprecia aceitar desafios, é importante passar por uma avaliação inicial médica-desportiva. “Ela vai servir não só para saber sobre sua saúde, mas também o seu estado funcional, como as proporções entre gordura e músculo, capacidade aeróbica, testes de coordenação e equilíbrio etc.”, diz o especialista.

Pode acontecer que seu médico lhe imponha restrições ao constatar doenças que o impeçam de praticar esse esporte, ou mesmo pelo estado funcional do paciente, que exigirá um início mais leve e planejado, diminuindo o risco de lesões, especialmente entre os obesos e cardiopatas. Além dos benefícios que as atividades físicas regulares oferecem, essa modalidade é diferente da malhação clássica de academia. Os movimentos do treino funcional auxiliam no desenvolvimento da coordenação motora e equilíbrio, o que é refletido no dia a dia.

Sim, até idosos se beneficiam. “A prática pode ser oferecida a eles se já são ativos e querem experimentar uma nova sequência de exercícios. Contudo, o treino deve ser adaptado à sua condição atual, física e de saúde”, explica Nahas. O maior risco aparente se associa ao maior benefício da modalidade: idosos perdem naturalmente a capacidade física e com ela também o equilíbrio e a coordenação, necessários para o treino funcional. Esse fato pode causar lesões por quedas, movimentos descoordenados e não automatizados e, por isso, requerem mais atenção.

REVISTA VIVASAÚDE/ EDIÇÃO 147